Nesta
postagem, nos propomos a trazer um pouco sobre o que é entendido por
sexualidade. Há expectativa que o profissional de psicologia esteja minimamente
preparado para trabalhar com a sexualidade, trazendo à tona a necessidade de
falarmos sobre o tema, além do fato de que este assunto é essencial para o
entendimento das implicações do uso do termo “parafilia”. [3]
Como trazido por Corbett, a
World Health Organization descreve:
“Sexualidade é um aspecto central da condição humana ao longo da vida e engloba sexo, identidades e papéis de gênero, orientação sexual, erotismo, prazer, intimidade e reprodução. A sexualidade é experienciada e expressa em pensamentos, fantasias, desejos, crenças, atitudes, valores, comportamentos, práticas, papéis e relacionamentos. Apesar de a sexualidade poder incluir todas essas dimensões, nem sempre todas são experienciadas ou expressas. A sexualidade é influenciada pela interação de fatores biológicos, psicológicos, sociais, econômicos, políticos, culturais, éticos, legais, históricos, religiosos e espirituais” [1].
Trazemos
a relação do indivíduo com a sexualidade como tema que merece ser estudado,
pois, como evidenciado através das obras de Foucault, na era moderna a
sexualidade é fundamental para o processo de produção de verdade e subjetivação
dos indivíduos. [2]
Lê-se
a sexualidade como dispositivo de poder e regulador de normas de comportamentos
sociais; significa dizer que há controle sobre os corpos, forma de obtenções do
prazer, populações, subjetividades, sistemas de regras e sistema
ético-político.
Ao
falar sobre vivências sexuais definidas como “desviantes”, não podemos deixar
de levar em consideração a construção da sexualidade do sujeito, isto é, a
forma como ele expressa suas vontades e desejos através da suas vivências
sexuais. Para os profissionais que lidam com a sexualidade é essencial a
reflexão sobre esse tema, pensando sobre a forma de como reproduzimos ou
repetimos preconceitos, estereótipos, padrões e regras repressivas que são
internalizadas, ganhando força e comumente tomadas como naturais pela cultura
compartilhada socialmente. [4]
Por
fim, ao repensar a sexualidade devemos superar as abordagens e teorias que tem
como apoio valores pessoais de cunho ético-moral e suplantar a psicologia com
pretensões universalistas no sentindo de direcionar e normatizar as formas de
vivências sexuais a partir de um discurso científico, no que refere-se ao
âmbito da sexualidade. [3]
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Chegando ao Prazer
Referências
[1]
Elisa Corbett.
[2]
Cirino, O. (2007). "O desejo, os corpos e os prazeres em Michel
Foucault". Ano V - n. 8 - Barbacena - Junho 2007.
[3]
Vera Paiva.
Um comentário:
"Lê-se a sexualidade como dispositivo de poder e regulador de normas de comportamentos sociais; significa dizer que há controle sobre os corpos, forma de obtenções do prazer, populações, subjetividades, sistemas de regras e sistema ético-político". Esta frase permite uma discussão bastante interessante para pensarmos, por exemplo, a que ser caracterização de uma experiência sexual como parafilia. Caso contrário, um comentário de tanto poder fica perdido no conjunto do texto.
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